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JORNADA DE PESQUISA DA QUESTÃO AGRÁRIA NO PARANÁ: PLANEJAR E REINVENTAR

Reunião do Observatório da Questão Agrária que aconteceu em Francisco Beltrão, contou com a presença professores, estudantes e pesquisadores de sete grupos de pesquisa do Paraná.

Jéssica Lozovei

Curitiba, 25 de junho de 2018

Aconteceu em Francisco Beltrão, nos dias 18 e 19 de junho a 6º Jornada de Pesquisa da Questão Agrária no Paraná. O evento foi realizado parcialmente na UNIOESTE (Campus Francisco Beltrão) e na Assesoar (Associação de Estudos Orientação e Assistência Rural), reunindo pesquisadores e alunos de sete universidades do estado, que compõem o Observatório da Questão Agrária no Paraná.

Durante a mesa de abertura, na segunda-feira, estiveram presentes a geógrafa e militante do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragem), Lunéia de Souza e Ricardo Callegari, que é educador popular da Assesoar, A geógrafa falou sobre os impactos das barragens e construção de hidrelétricas na população, e a ausência do poder público na garantia dos direitos dessas pessoas. Callegari, que trabalha com agricultores familiares e questões relacionadas a agroecologia, mostrou o impacto do agronegócio para esses agricultores, e o impacto que isso causa na nossa saúde e meio ambiente.

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Foto: Jéssica Lozovei

 

Durante os dois dias foram discutidos questões metodológicas e essenciais para a criação do livro e material didático que está sendo produzido em conjunto entre os grupos de pesquisa da UFPR, UEPG, UNIOESTE, UEM, UEL E UNILA. Esse material tratará da atualidade da questão agrária, movimentos sociais, gênero e educação do e no campo e está sendo produzido a partir de um projeto em parceria com CNPq/Capes. Há previsão de lançamento para 2020, e estará disponível tanto na versão online quanto impressa.

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Foto: Jéssica Lozovei

 

Para o encerramento do evento, houve a exibição do documentário Arpilleras: Atingidas Por Barragens Bordando a Resistência, dirigido por Adriane Canan e lançado mundialmente em 2017. Há a possibilidade de que o próximo evento do Observatório da Questão Agrária aconteça em Irati (PR), mas ainda com data e demais informações a confirmar

17ª Jornada de Agroecologia: Oficina ‘’Aprendendo a faze algumas caldas fertilizantes, preventivas, protetoras e curativas das culturas. Existe calda milagrosa?’’

‘’O segredo não é correr atrás das borboletas… É cuidar do jardim para que elas venham até você.’’ Mário Quintana

Nathalie Vieira Lucion
Curitiba, 11 de junho de 2018

Produzir agroecologicamente é produzir e reproduzir vida. Vida, não apenas se referindo aos alimentos produzidos, mas a vida como um todo, incluindo-se toda a biodiversidade: solo, animais e o ser humano em pleno contato. A oficina ministrada por Julio Carlos B. Veiga Silva, engenheiro agrônomo especialista em agroecologia, enriqueceu o conhecimento sobre práticas agrícolas que não utilizam nenhum tipo de agrotóxico ou químico, de forma a produzir alimentos orgânicos de qualidade e saudáveis. As caldas, presentes no título da oficina, não são as chaves principais para o sucesso de uma boa horta: tudo se inicia com o ambiente e as condições para cada cultura.

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Foto: Nathalie Lucion

As chamadas ‘’pragas’’, segundo Julio, podem se manifestar em larga escala se o ambiente se encontra em desequilíbrio, com solo degradado, com a ‘’terra viciada’’ em produtos químicos, etc. Para restabelecer este equilíbrio, é preciso aliar-se aos animais e a vegetação nativa ali presente. Julio deu umas dicas para evitar pragas, baseado em práticas agroecológicas. Uma delas é manter a vegetação natural do local, os populares ‘’matinhos’’. Nestes matinhos estão presentes os chamados ‘’amigos naturais’’. Os ‘’amigos naturais’’ são na verdade os inimigos naturais das pragas, como insetos e outros animais. Foi substituído o termo para amigo, pois estes ajudam a manter pragas longe das plantas, portanto, estes animais nos auxiliam. Por exemplo, um amigo natural é a joaninha, que se alimenta de pulgões, que prejudicam a planta. Um pássaro também é um amigo natural, pois se alimenta de lagartas que estragam a planta. É respeitando a natureza e mantendo seus aspectos mais naturais que se faz uma agricultura mais ecológica e saudável respeitando a biodiversidade, a qual o ser humano faz parte de forma igualitária aos outros seres.

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Foto: Nathalie Lucion

Utilizadas para fertilizar, curar ou até evitar insetos que podem danificar a planta, as caldas são feitas em sua grande parte com o que se possuí em casa. A apostila entregue por Júlio com o título de ‘’Defensivos Alternativos: Recomendações práticas para a transição agroecológica’’, produzida pela EMATER, possuí várias receitas que não degradam o ambiente em geral e o solo.  Julio ensinou ainda a fazer fertilizantes com estrume e outro com serapilheira. Entretanto, Julio alertou que a calda não é milagrosa, respondendo a pergunta do título da oficina. A calda deve ser utilizada com cuidado e eventualmente, em pequenas doses, pois a calda em excesso pode comprometer a cultura e deve ser utilizada em último caso. Antes da calda, é preciso equilibrar o ambiente, e isso pode ser feito através destas práticas agroecológicas.

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Fertilizante feito a partir de Serrapilheira.                                                            Foto: Nathalie Lucion

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Editado por Coletivo Enconttra &